quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Concha





Somos uma concha submersa nas profundezas
o mar sobre nós é tempestuoso
mas encostados na areia, onde a luz não pode mais nos tocar
faz-se silêncio.
Estranho essa delicadeza do ambiente
essa calmaria não  é familiar,
não quando junto a ti
sempre és fogo e ordem.
Agora acaricias as minhas costas
e mostra-se cacto carente
ruborizo-me com teu toque
e tento disfarçar minha confusão mental,
me resgatas dos meus pensamentos
e explica-me o sentido de ser concha
"os pés podem se tocar"...
Gosto da sensação e me deixo embalar pelos teus braços
seu cheiro é doce e seu toque leve
olho teus olhos de cores indecifráveis
observando suas expressões diante de suas velhas histórias
e ao mesmo tempo que quero ficar, meu subconsciente me diz a todo momento
que a coisa certa agora é fugir, enquanto há tempo...
Mas eu fico
e ficaria se tivesse infinitas chances de não estar aqui
sendo fogo, sendo concha
na incerteza de se serei algo amanhã
mas de certo, dona de um momento, que ficará por toda a minha vida.

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